Morte

A solidão se encaixa com o medo

Vêm bater a minha porta

Ás 23:40 da noite, chegando perto.

Apavorados e angustiados gritam.

O silêncio era tenebroso.

Naquele lugar de sempre.

Naquele momento

Em que lembrava dos sonhos

Que conquistei

E dos sonhos que morreram

Com algumas palavras

Naquele momento em que eu lembrava

Da minha juventude que morreu

Com os meus sofrimentos.

Foi naquele segundo, em que eu pensava...

Em nós

Que acabamos nos acabando

Naquele dia que vi as crianças

Sorrindo em minha direção

Ao chegar, percebi

Que eram lágrimas de sangue

(outro pesadelo)

Naquela noite em que eu tremia

Sem lembrança, sem paladar,

sem tato, sem pudor

Sem se quer imaginar

Que temos que morrer

Para germinar.

......................Leny. Setembro 1996.

Curta Estrada

Em uma torre de palavras

Conduzo o caminho...

Mais tortuoso impossível

De forma mágica

Essa estrada

Leva-me a lugares que nunca vi

Percebendo vidas inteiras

Como um início

Quando nasce uma amizade

Com sublimes detalhes

E inexplicável

Quando o princípio já

Não importa

Vem o descontrole do meio

Acontecem loucuras, turbilhões

Massacres

E sem volta morre o princípio

Percorrendo a torre

retorno ao um novo caminho

E refaço, o meio sem lembrar

Caindo em fúteis passarelas

Passa a ser o fim

E nesse desencontro

Encontro você

A torre cai por terra

E sem pensar construo

O castelo de gestos

Como um flesh

O princípio renasce.

ASCENSÃO

"Não te julgues sozinho na batalha interior em que te equilibras, muita vez, chorando em lágrimas imanifestas, a deslizarem dos olhos para dentro do coração. "
......................... Emmanuel

Suave

Em olhares tímidos
Surgem os sonhos
Em toques suaves
A harmonia aquece
Gostosa sensação
Um sorriso misterioso
As mãos  trocam
Os lábios provam cítricas uvas
Um órgão desconfiado
Rapidamente acelera
Em alguns instantes percorre
Todo o corpo
E sem preocupar
Por onde passa
Atropela a razão
Alucinações frequentes
Como uma criança
Entrega-se a magia
Do brincar

............................................. Leny

Pintura

Sou sua poetisa
De lendas proféticas
Meu peito vibra
Ao revê-lo
Como antes, ainda estas
Transpassam vias
Em globos vermelhos
Traga os sonhos
Em carruagem
Eterno como
A pintura alada
Repleto de desejos
Por mim, a poetizar.

.........................................................Leny.

Avassaladoras

Em cada janela, uma luz acesa
Em cada coração solitário, a incerteza
Aqui dentro o tempo parece que não tem mais fim
E lá fora agora alguém espera por mim
Se as coisas são como devem ser
Avassaladoras serão nossas vidas então
Quando eu não caibo mais em mim
O mundo cabe na palma da minha mão
Cada passo que repito, não é igual ao de antes
O que ficou para trás é o que me leva adiante
Se as coisas são como devem ser
Avassaladoras serão nossas vidas então
Quando eu não caibo mais em mim
O mundo cabe na palma da minha mão
..........................................................................Paulo Ricardo.

Cristal

Chegou o dilúvio

Como uma loucura avassaladora

Leve todas as gotas

De dores e temores

Diante dos meus olhos

Nem as cristalizadas

Deixe apenas o branco

Para que eu possa

Reinventar o quebranto
............................................ Leny

Assim é o meu mundo ....

Sempre ...

Em seus lábios sinto o prazer

De um amor verdadeiro e

De desejos ardentes

Em sua pele posso viver em plena comunhão

Em que cada toque torna-se uma passagem

Para outro mundo, de alegrias

Em um aroma que lembra aventuras

De uma lenda, de sacrifício

Flores que tocam nossos sonhos

E tornam-se realidade, sempre

Cantando suave sinto

Sua respiração ao aconchego

E junto às notas dos anjos

Gememos e deslumbramos em amor

Calorosos  percebemos a luz da lua

Para enfim  adormecermos.

..................................................... Leny.